quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Galápagos

Ou um pedacinho do paraíso

Chegamos num voo da LAN, muito bom por sinal, após toda a burocracia no aeroporto de Guayaquil. Passamos na quarentena, as malas a serem despachadas recebem um lacre, pagamos 10 dólares por pessoa e ficamos com uma ficha a ser preenchida e entregue no aeroporto de Galápagos. Portanto se queres ir para lá, chegue cedinho no aeroporto!
Durante o voo é colocado um inseticida em todo o avião, principalmente no bagageiro do teto.
No arquipélago conta-se uma hora menos que o continente, então era quatro horas menos que o Brasil (horário de Verão) ou três menos que Guayaquil, Quito, Cuenca e tantos outros belos lugares que estivemos no Equador.
No Equador estamos no inverno, aliás, dizem que um dos piores dos últimos tempos. Enchentes, quedas de pedras, calor, abafamento, chuvas. Hoje, céu claro, 28ºC em Baltra, 11 horas e 50 minutos. Mar verde esmeralda, solo seco, árido, cinza esverdeado, gramíneas cor da terra. As plantas mais altas são cactos. Vegetação rasteira. Nunca estive num deserto, mas que parecia um, parecia.
Descemos na pista, não tem esteira, telhadinho, nadinha, só sol... quente.
O pequeno aeroporto não tem paredes nem carregadores, nem carrinho, só fila, fila e mais fila. E tudo tu carregando a mochila nas costas. Não no meu caso, que consegui uma alma boa pra ajudar. Para entrar no Parque, sim porque todo o arquipélago é um parque, se paga 50 dólares, porque somos brasileiros – eles abrem um sorriso enorme quando falam o nome de nosso país – Brasil!!, os demais pagam 100 dólares.

aeroporto
Baltra é uma pequena ilha que fica ao norte da ilha-mãe Santa Cruz, a ligação entre elas se dá por uma balsa: as malas vão em cima e as, pessoas em baixo.

Novamente, a bagagem é por tua conta, ou, no meu caso, por conta da gentileza de um ser humano que vagava pelo paraíso.
Na ilha de Santa Cruz ficamos na cidade de Puerto Ayora. A cidade não é tão pequena como inicialmente pensei.

A vegetação desta ilha é muito diferente da ilha de Baltra. Encontramos um verde exuberante na vegetação. Isso sem contar com flores por todo o lado.

A hospedagem foi no Hotel Villa Laguna, muito confortável. O povo daqui continua como dos outros lugares do Equador, amáveis e prestativos. Uma senhora mudou seu rumo para nos levar a um mercadinho onde compramos frutas e iourgute. O hotel fica com as portas abertas durante boa parte da noite, não há perigo por aqui. Na praça central tem wi-fi e a gurizada fica sentada no chão, em bancos ou até mesmo nas pontes com seus computadores conectados.

hotel

parque - centro da cidade
Fizemos um tour em Santa Cruz e conhecemos Los Gemelos, dois buracos enormes que surgiram durante a formação da ilha. Muito verde por tudo.

O Rancho Primícias onde encontramos as tartarugas gigantes – terrestres. É uma maior que outra. Dá para acreditar que antigamente as criancinhas ou até mesmo os papais das criancinhas “montavam” nas tartarugas para tirar fotos e achavam tudo muito normal? Hoje todos devem ficar a dois metros de distância de qualquer animal em Galápagos. Há guardas observando e os guias (que são guias locais, não é aceito guia que não seja de lá) é que são chamados a atenção. Então são muito “chatos” necessários e corretos neste sentido.





Conhecemos também uma caverna que é conhecida como Túnel de Lava pois foi escavada pela erupção de um vulcão que pode ter ocorrido há mais de 500 mil anos.
“Durante estas erupções osocce o derramamento de uma grande quantidade de lava – também chamado de magma, que nada mais é do que rocha derretida. Após deixar o vulcão, essa lava passa a percorrer a superfície terrestre formando grandes canais conhecidos como rios de lava. A grande diferença de temperatura entre a lava e o meio ambiente faz com que as porções mais exteriores deste rio de lava passem a se resfriar, criando uma crosta de lava solidificada e cada vez mais espessa.”

Tunel de Lava

“Foi exatamente a comprovação da ciência que deu maior fama ao lugar. Quando Charles Darwin chegou a Galápagos, em 1835, o objetivo era estudar a formação geológica das ilhas vulcânicas, mas acabou se encantando com a diversidade de seres e a adaptação de cada um deles ao ambiente. Com a teoria da evolução e a obra A origem das espécies, o cientista contou ao mundo sobre a existência do fantástico laboratório natural.
A 1000 quilômetros de Quito, o arquipélago, formado por 13 ilhas maiores e 17 ilhotas, consegue surpreender o mais experiente viajante. O ambiente árido – com muitos cactos, formações vulcânicas e terrenos de lava –, convive harmonicamente com o Pacífico intensamente azul, de refletir nos olhos. Mas não é só. Os animais é que fazem do show natural um grande espetáculo.
Para manter essa convivência pacífica, as ilhas têm algumas regras. A principal delas é não tocar em nenhum animal. A ideia é que a presença humana passe despercebida à rotina deles. Somente quatro ilhas são habitadas por pessoas. As demais são exclusividade dos animais. Isso significa dizer que 97% do território são destinados à fauna e à flora.
Outra regra importante: não é permitido levar qualquer tipo de alimento durante os passeios. Assim, evita-se qualquer poluição ao meio ambiente e, claro, que nenhum lobo-marinho descubra as delícias de uma bolacha recheada, por exemplo.”


http://www.gazetadopovo.com.br/turismo/conteudo.phtml?id=1182557
Das tantas outras ilhas visitamos apenas a Ilha Bartolomé, Que é de tirar o fôlego! Fomos em uma pequena excursão. Não é possível ir sozinho, os custos já são elevados, ficariam inviáveis. E só se pode entrar em algum lugar do arquipélago acompanhado de um guia.
A ilha Bartolomé fica a noroeste do ponto das balsas no norte da Ilha de Santa Cruz.
O ônibus que foi nos pegar no hotel, cedinho da manhã, já estava com o pessoal do barco e nosso café da manhã. Estavam lá o capitão, o cozinheiro os marinheiros e nós.
Nosso barco recebeu o nome de Galápagos Shark - tubarão, na verdade. E este também era o nome da empresa de turismo que nos acompanhou nos passeios. O melhor guia foi o Jairo, cara de guri que vai te pedir uma ajudinha qualquer, mas quando abre o verbo, uau! Ele é bom mesmo.
Entre tantas coisas, caminhamos em trilhas na ilha vulcânica, tivemos uma (uma?) vista maravilhosa do alto dos 90 metros do pico da ilha de Bartolomé, fomos à praia de areias douradas e águas hipersupertotalmente transparentes e pudemos apreciar uns bichinhos simpáticos.
É eu estava num paraíso e sabia muito bem disso. Olha só:

Ilha Bartolomé












































Outro ponto importante é a Estação Chalés Darwin onde nosso guia diz que tudo em Galápagos é grande, muito grande e nos mostra os cactos “orelhas de elefante” que só existem no arquipélago. Isso sem falar no George que tem de 90 a 100 anos de idade e é solitário, vive de modo reservado. Já Diego, que veio da Ilha Espanhola e contando com idade próxima ao George, já teve mais de 100 filhotes e não gosta nadinha de ficar sozinho.
Aqui eles cuidam desde a encubação (que depende do calor oferecido para ser macho ou fêmea) até o recebimento de animais que sofreram nas mãos de humanos e que não podem mais retornar a natureza de forma livre. Já as tartarugas que nascem na estação ficam até 7 ou 8 anos e depois seguem seu rumo mas todas com identificação. Isso sem contar as enormes iguanas, algumas mudando de pele, que encontramos por lá.
Tudo isso é o que o turista vê. Mas tem locais não abertos ao público que são exatamente o centro de pesquisa, de recuperação e desenvolvimento da Estação.




























Globo Reporter - Galapagos - Parte 05 - 12/11/2010

3 comentários:

  1. Ah, MAluzinha, que espetáculo! Não deu vontade de ficar por lá? Acho que eu ficava até de auxiliar de guia, já que os guias tem que ser nativos... Belíssimas fotos! Mais tarde quero conversar contigo para usar algumas delas em aula, ok? Beijão!

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  2. Maluzinha querida, finalmente vi as fotos... MARAVILHOSAS! Que lugar lindo!!! Estou curiosa para saber o roteiro de julho... Bj

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  3. Malu-quita, adorei o fiel relato de suas mirabolantes aventuras por terras, serras, mares e ares do Equador.
    Besos de Don Limones, siempre a la ordem.

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