sábado, 29 de janeiro de 2011

João Pessoa: praia, história e curiosidades

João Pessoa - Capital e Interior
29 de janeiro


João Pessoa é assim, um tanto de tudo que uma capital necessita, mas sem perder a ternura. Tem um jeito de cidade pequena, as pessoas daqui, ou se conhecem, mesmo que de passagem, ou apenas se cumprimentam. Param na faixa de segurança! No centro, fui cumprimentada por pessoas que passavam apressadamente. Tinham um tempo, segundos que fossem, para o outro. Quando tu agradece algo, a resposta invariavelmente é a seguinte: “obrigada a você.” e não é só pra turista não, é pra todo mundo. Uma cidade encantadora. Isso sem falar de suas belezas naturais.
Essa daí é a minha companheira inseparável. Quando aparece pra valer é que o dia vai ter um sol bem interessante.

Dizem por ai, que aqui tem muito gaúcho e, além disso, muita gente de fora quer se mudar pra cá. O ruim disso tudo é que a construção civil está a mil e os edifícios são enormes, praticamente sem verde, ficando de fora somente a rua rua da praia, onde as construções estão limitadas a três andares.


Se tu pergunta: “tem cerveja aí?” A resposta é: “tem não. Se tivesse, eu tava bebendo”. Se vai iniciar uma conversa com o garçom para verificar o que tem de bom... “olá, o almoço é gostoso?” reposta: “é sim” e encerrou o papo. A resposta é restrita unicamente a pergunta, e olhe lá.

Não comi buchada de bode não. Comi um peixe delicioso - cioba. É um peixe característico da região nordeste, principalmente onde tem recifes. Com molho de coco fica imperdível.
E, por falar de coco, olha só minha banquinha predileta (fazer o quê?): Coco do Osama. O carinha ao lado do personagem histórico é o seu admirador e vendedor de coco.
Que tal?
Aqui o pessoal também cuida do meio ambiente. Olha só o papa pilha que encontrei dentro do Complexo São Francisco. Ele só pega pilha paraibana!
Tirei um turno pra visitar o centro histórico, agora no interior dos prédios. Os mais interessantes foram o Hotel "O Globo", o mais antigo da Paraíba, e o Complexo São Francisco.

Hotel "O Globo"

Complexo São Francisco


No telhado superior tem três partes: eira, beira e (? - não lembro o nome), que somente a igreja poderia usar.


Azulejos,e piso da igreja.
Parlatório, onde aconteciam as fofocas...

Dentro do Complexo tem uma sala destinada aos artistas populares. Esta sala conta com diversas miniaturas dos afazeres diários e também rende uma homenagem ao Maracatu. Aproveitei para prestar uma homenagem também!

E é claro, tem muito mais!

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

De Fortaleza a João Pessoa

João Pessoa
25 de janeiro
Então, cá estou eu em João Pessoa. Cidade gostosa, bonita e acolhedora. O hostel daqui, o Manaíra, é super bom. É enorme, camas boas, banheiro idem.

Hostel Manaíra



repentistas em João Pessoa

Igreja de São Francisco

O coco mais oriental das Américas

João Pessoa

Cheguei hoje por volta das 2 horas da madrugada e fui direto pra cama. Depois da soneca, café da manhã e rua com dois parceiros de albergue: Sofia (SP) e Marco (RJ/AM).
Fomos pela praia até o ponto de ônibus que deveríamos pegar para ir ao Farol do Cabo Branco, bem próximo da Ponta dos Seixas - ponto extremo oriental das Américas. No caminho tropeçamos na Estação Ciência, Cultura e Artes, um belíssimo prédio de Oscar Niemeyer. Entramos, é claro. As exposições estavam muito boas e o prédio surpreendendo a cada momento. Depois, uma rápida passada pelo centro histórico – voltarei lá, com certeza. O dia terminou com uma sentadinha num barzinho a beira da praia com espetinhos de peixe na brasa e dois repentistas - JB da Viola e Manuel Alves, a contar causos sobre nós para nós. Ai, ai, que vidinha mais ou menos ...

Estação Ciência, Cultura e Artes

João Pessoa

Caranguejos em João Pessoa


Eis como cheguei até aqui:

Fiquei três dias em Fortaleza no hostel de mesmo nome. Fiz algumas parcerias, alugamos um carro e passamos um dia na Praia de Morro Branco. A praia tem Falésias - paredões de areia que infelizmente, apesar de fazer parte do patrimônio do Ceará, estão sendo devastadas por construções bem próximas. O local é belo. As areias contam com diversas cores. Mais adiante encontra-se a Praia das Fontes.
Praia do Morro Branco

Falésias

Parceiros em Fortaleza
Choveu o tempo todo mas isso não nos impediu de conhecer diversos lugares. Como o Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura. O prédio, concebido pelos arquitetos Delberg Ponce de Leon e Fausto Nilo foi erguido em uma antiga área portuária de Fortaleza e chama a atenção assim como sua programação. A parte mais legal foi ter almoçado com meu primo Cid que deixou de ser gaúcho e virou cearense. Fazia um tempão que não nos víamos.

Eu e Cid

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

de Barreirinhas até Jeri

Jericoacoara
19 de janeiro



Sei que fiquei um tempão sem dar notícias queridos amigos, mas o fato é que estou vivinha da silva e me divertindo bastante. Obrigada pelos mails cheios de preocupações e muito carinho.

Estou em Jeri, um pouquinho difícil de chegar lá de Barreirinha até aqui. Peguei um 4X4 “de linha” e foi uma longa jornada por “estradas” de areia fofa, dunas e zonas alagadas até Paulino Neves, de lá para Tutóia numa estrada – agora sim, estrada. Em Tutóia peguei um ônibus para Parnaíba pois não tinha mais para Camocim. De lá, um carro, pode ser chamado de táxi com preço fechado do trajeto.

Antes disso tudo, ainda no Maranhão, conheci Alcântara. Fomos várias do hostel, éramos seis, mais nosso guia. Maravilhoso, tanto a viagem de ida e a de volta, assim como o passeio pela cidade.

Depois, Barreirinhas, Atins (velho oeste é pouco, mas o vilarejo é encantador), Barreirinhas novamente e a viagem até Jericoacoara.

Então olha só.

No dia 12, quarta-feira, em São Luis esperamos a maré subir para navegar em nosso possante Catamarã. Estávamos eu, Denise (SP - viajamos juntas depois), Keyla (SE) e Elisabeth (NZelândia e SE) Aninha e Lígia (SãoCarlos-SP) acompanhadas de seu amigo Benê, maranhense que morou muito tempo em Alcântara e estudante em São Carlos. Ele foi nosso guia.
Na ida o motor pifou e ficamos com as velas – funcionou, ainda bem. Para amenizar um pouco a situação, um dos guias que estava ajudando com as velas, o Buscapé (que eu sem querer chamava de Barnabé, acho que ele não gostava), contava causos da região recheados de muito bom humor. Era gargalhada na certa.

Catamarã

Alcântara - rua do Jacaré

Em Alcântara, descemos no porto do Jacaré e subimos a rua de mesmo nome. As pedras do chão formam desenhos de escamas, o desenho da rua é o jacaré.
Benê, na verdade, não é guia, é um antigo morador da região. Entrávamos adentro das casas, coisa que um simples guia não faria. Era bater palmas e pedir licença. Alguns respondiam: -”Como cresceu esse menino. Entrem, entrem” e entrávamos.
O povo daqui é super religioso, na verdade uma grande mistura, candomblé e catolicismo. E isso está em toda parte. Encontramos as ruínas da construção do que seria a casa do imperador, só que sua visita à cidade não aconteceu e a casa não foi terminada. O museu e a igreja estavam fechados, uma pena.

ruínas

A cidade é belíssima e aconchegante, isso sem falar do famoso doce de espécie, que é gostoso que só vendo.
Voltamos ainda sem motor, só nas velas. Ainda bem que tinha vento...
Aninha e Benê tomaram um banho pois ficaram nas redes, na frente do catamarã e, a cada golfada d'agua, a “ducha” era certa.
Buscapé, com suas pontes na boca, por onde entrava bastante vento, continuava rindo e falando sem parar, uma delícia.

Alcântara


De volta a São Luis, à noite, acompanhamos no meio de uma praça, uma apresentação do Tambor Crioula com a dança das mulheres vestindo suas leves e coloridas saias - e rodavam, rodavam muito de modo que as saias formassem um leque cheio de cor. Todas nós fomos convidadas a dançar.

azulejos em Alcântara

No dia seguinte teria uma apresentação de reggae em São Luis, mas partimos (eu e Denise) pela manhã para Barreirinhas, cidade porta dos Lençóis Maranhenses.
Foi como se tivéssemos mel, não passou um segundo e apareceram inúmeras propostas de passeio. Ficamos com apenas um: Conhecer os Lençóis a bordo de um maravilhoso aviãozinho. Como estava tudo seco, sem as piscinas, essa era a melhor opção. E lá fomos... UAU!!!!!!!!
Se seco assim já é deslumbrante, imagina com as piscinas que nessa época havia apenas uma: a dos Peixes.
Fantástico, outro mundo e é monstruosamente grande! Tu te perde nessa imensidão toda. Teus pensamentos vão e voltam de qualquer lugar, pouco importa. O importante é que tu flutua entre uma duna e outra e, depois, o mar, como que coroasse toda essa beleza. É de embasbacar.

rio Preguiças - início dos Lençóis

Lençóis Maranhenses



toalhas secando em restaurante de Barreirinhas

No dia seguinte partimos para Atins. Pegamos um barco “de linha” e subimos o rio Preguiças. Poderíamos ter ido em uma voadeira, ou em um 4X4 “de linha”, mas tudo é muito rápido e queríamos calma, curtir cada volta do rio, sentir a mudança de paisagem, de uma abundante mata até a zona de pantanal e, por fim, vegetação mais rasteira, depois grandes e belíssimas dunas até chegar ao mar.
O passeio durou umas cinco horas, com paradas em Vassouras, com suas enormes dunas, Mandacaru com seu farol, depois Caburé, típica região de turismo e, por fim Atins, um vilarejo bem organizado com praias gostosas.

barco de linha

rio Preguiças - Vassouras

rio Preguiças
Caburé e Mandacaru

Atins tem as ruas cobertas de fina areia, são tão fofas e quentes, que acabei queimando o dedão do pé. Nada muito sério.
Entre 12 e 14 horas não se vê viva alma nas ruas, tamanho a quentura de tudo. Até os cachorros se atiravam numa sombra qualquer com suas patas esticadas o mais longe do corpo que fosse possível.
Ficamos na pousada do Irmão. Ele é conhecido assim pois seu nome é muito esquisito – não disse qual era.
Denise, que já estava gripada, piorou. Mas quer saber? Se tiver que adoecer, que seja num local assim. Fizeram chá de limão, folha vic e eucalipto. Depois feijão, arroz e purê.
O povo de lá é super parceiro.
E o céu a noite? Com pouquíssima luz parece que o céu de lá tem o triplo de estrelas que qualquer outro lugar. É magia pura.
E a praia? O que é rio e o que é mar? Difícil de responder. É um paraíso que raras pessoas conhecem e por isso é magnífico.
Atins

Atins



"Porto de Atins"

Voltamos para a pousada Igarapé, em Barreirinhas numa 4X4 “de linha”- na verdade uma Toyota com uns 10 lugares, fora a cabine. Toda reforçada com barras de ferro, incluindo aí o teto pois, em alguns lugares a vegetação fecha o caminho e a Toyota passa, arrancando os galhos. O caminho, todo arenoso e barrento, que o pessoal daqui chama de estrada. Pulamos tudo que podíamos entre uma duna e outra e batendo muitas vezes no solo duro e molhado. O trajeto durou uns 50 minutos.

estrada

estrada


carro de linha


Barreirinhas

Passamos o domingo na cidade-praia (do rio Preguiças) que estava completamente deserta.
Na segunda, eu e Denise nos separamos. Ela retornou à São Luis e eu segui viagem, fazendo inúmeras baldeações até chegar em Jericoacoara
estrada para Jericoacoara

Jericoacoara

pedra furada

praia de Jeri

caminho de um caramujo

praia de Jeri com chuva na região da pedra furada

albergue Jeri Brasil

o casal de donos do hostel são cearense e mineiro