05 a 08 de Fevereiro - 2011
Natal
Natal, entre muitas coisas, também lembra presente, sendo assim, fui agraciada com este presentaço.
A cidade tem uma acolhida bem quente. Mas não é só o calor do sol, não. Tem calor humano. E olha que este Estado e sua Capital nem estavam em meus planos. Fui porque tava de banda por ai. Então...
O hostel, um dos albergues de Natal, é uma gracinha. O povo daqui adora festa, a chegada de alguém é um grande motivo para confraternização. E cheguei, eu mais um montão de gente no fim de semana. Então: sábado + férias + gente legal = festa!
Formamos um grupo de quarto bem bom e imaginamos coisas do além. Tínhamos o "prazer" de conviver com dois hóspedes bem sinistros. Um senhor de idade, muito feio, que só aparecia pela manhã e não respondia a nada do que falávamos, somente para Lilian. E mesmo assim, a resposta ao seu cumprimento era apenas um ruido qualquer, geralmente um rãããrã!
O outro, um rapaz bem bonito que estava sempre lendo, nunca levantava os olhos. No máximo, trocava o livro pelo netbook. E ficava quieto, mudo. Era impossível para nós, lermos até mesmo a capa do livro, portanto não sabíamos nem sua nacionalidade.
O velho e o rapaz nunca apareceram juntos. O feio e o bonito não se conheciam. Será?
Começamos a duvidar disto ao imaginar que o velho se transformava no rapaz. Parecia óbvio, os dois mudos, em seus mundos paralelos....
Um dia soubemos que o rapaz era um alemão que não falava português e arranhava muito mal o espanhol. Estava doente, com febre e apenas esperava para voltar a Alemanha.
O velho? Pois é, um dia o velho sumiu. Fomos ver com a recepção. Não tinham nenhum registro, apenas seu nome estava em uma lista do dia anterior, das pessoas que deixariam o hostel. Enfim ambos foram embora e nós ficamos a pensar histórias sobre este local nem tão iluminado assim.
A recepção no hostel foi boa e dinâmica. Pois não é que mal cheguei, fui abordada a respeito de um passeio do tipo tour pela cidade. Acomodei minhas trouxas e me fui. Quando voltei, novamente outra abordagem: - tem churrasco lá pelas sete, quer? teu nome? são onze reais. te esperamos lá na churrasqueira. Lá fui eu, mas desta vez, arrastei as meninas do quarto também.
O churrasco: carne congelada, fatiada e colocada na brasa. Depois picada em pequeniníssimos pedaços e servido com caipirinha. Tudinho feito pelos guris, também hóspedes do hostel.
Tudo bem animado, com direito a roda de violão e cantoria. Afora a carne, a noitada foi bem alegre e reencontrei os três amigos de infância, lá das bandas do interior de Santa Maria, que viajavam juntos. Nos conhecemos em João Pessoa.
Aliás, a toda hora se cruza com alguém que se conheceu recentemente.
A cidade conta com o Parque das Dunas que é uma parte da Mata Atlântica, uma área verde protegida por lei, que ocupa cerca de 1.172 hectares dentro da área urbana de Natal. De tão grande, pode ser visto de praticamente toda a zona sul da cidade. De um lado da avenida se vê o parque, de outro, o mar.
Teto da antiga cadeia forrado de fuxico
Na Antiga Casa de Detenção de Natal funciona o Centro de Turismo, a Feira de Artesanato e uma Galeria de Arte Antiga e Contemporânea, apresentando um pouco da história potiguar. Ao entrar neste prédio fica-se paralisado com a beleza do teto. Toda a entrada é coberta por uma enorme e colorida colcha de fuxico.
Memorial Câmara Cascudo
No centro da cidade encontramos o Memorial Câmara Cascudo, que foi um grande pesquisador das manifestações culturais brasileiras e deixou uma extensa obra, inclusive o Dicionário do Folclore Brasileiro. Pena que estava fechado.
Além de uma visita pela cidade e pelas praias, fomos conhecer as dunas gigantes. É parecido com um deserto, só que se vê, ao fundo, a cidade, o mar e mais dunas.
da direita para a esquerda: Amanda (BA), Lilian (MG), Márcia e eu (RS)
Este quarteto se formou ao acaso e passamos o dia juntas, até o por do sol. Os zeladores do parque (que é propriedade particular!) tiveram que pedir para sairmos, pois já estava escurecendo...
Um hostel que lembra um castelo assombrado; hóspedes misteriosos;dunas escaldantes; lagartos que se aninham em cabeças humanas ingênuas e desavisadas; moçoilas doidivanas ao sabor do vento... são férias ou o enredo de um livro de aventuras?
ResponderExcluirBambadinca
Ei Malu,
ResponderExcluirSaudades de tudo aquilo e principalmente de vc viu...
bjo e paz
Amei nossas fotos...
Lilian MG