Relatório:
Saí de POA no dia 21/julho, às 9h.
Cheguei em BH às 11:30, em Confins de alguma coisa... (agora sei o pq deste nome), peguei um ônibus, agora para BH e cheguei às 13:15.
Pura sorte de principiante: o ônibus para São João del Rei partiria às 13:35.
Nem precisei esperar!
Cheguei em BH às 11:30, em Confins de alguma coisa... (agora sei o pq deste nome), peguei um ônibus, agora para BH e cheguei às 13:15.
Pura sorte de principiante: o ônibus para São João del Rei partiria às 13:35.
Nem precisei esperar!
O povo daqui é hospitaleiro, porém bem descansado. De certo modo parecia que estava em SC: “demora nada não”, “é logo ali” e assim por diante. Ou seja, perguntei quanto tempo até SJDR e o fiscal disse: “umas três horas e meia, demora nada, não”...
E assim fui, tri contente, fazendo as contas... devo chegar lá por volta das 17h.
É claro que o moço esqueceu de dizer que era um pinga pinga, pega todo mundo e larga todo mundo por todo o trajeto de uma bela estrada.
E eu ali, curtindo adoidado minha jornada de mais ou menos nove horas, sem almoço.
Nada mal pra começar uma tranquila viagem de férias!
Cheguei passando das 18horas.
Então nem preciso explicar pq não postei nada naquele dia. Também sem foto.
Pra completar, aqui é verão e eu saí de POA no inverno, com chuva e muito frio. Minha mala não se adequou à situação. Errei feio!!!!
Mas, conforme uma camiseta que comprei aqui (de manga curta!), “nem tudo são flores, existem também as borboletas”.
O importante é que eu cheguei.
Na estrada, novíssima em folha e, com inúmeras obras, desde BH até São João, presenciei uma nova paisagem. Morros escuros, cupinzeiros gigantes, vegetação rasteira. Senti falta do verde, de árvores de grande porte, das plantações e dos campos.
A mineração e as obras deixam tudo da cor da terra. A vegetação no entorno da estrada fica coberta, num tom amarelado, e, as folhas parecem sem vida, secas.
Os morros parecem estar perdendo suas cabeças. São aplainados um após o outro. Será que o povo daqui vai se reconhecer no dia seguinte?
A mineração e as obras deixam tudo da cor da terra. A vegetação no entorno da estrada fica coberta, num tom amarelado, e, as folhas parecem sem vida, secas.
Os morros parecem estar perdendo suas cabeças. São aplainados um após o outro. Será que o povo daqui vai se reconhecer no dia seguinte?
Depois a paisagem muda de novo. Aparecem outros morros cobertos de grama entre o verde e o amarelo queimado, parecendo um cobertor embolado no meio da cama.
Mais adiante vem as árvores, finalmente o verde. Aparece também, pela primeira vez, terras cercadas, pequenas plantações. Os morros escuros se distanciam, mas não por muito tempo. Logo se vê pedreiras, novas escavações. Caminhões e mais caminhões passam com suas caçambas lotadas de pedras escuras.
Mais adiante, mais próximo de São João, o verde retorna.
No dia 22 de julho tomei café e me fui pra estação de trem pegar o Maria Fumaça. Eu e todo mundo que estava em São João. Maria Fumaça lotado, partimos pra Tiradentes.
O trem partiu às 10:15 e o passeio durou uns 40 belíssimos minutos. O retorno poderia ser às 13:00 ou às 17:00. Escolhi o segundo horário pois assim poderia conhecer um pouco da cidade.
O trem partiu às 10:15 e o passeio durou uns 40 belíssimos minutos. O retorno poderia ser às 13:00 ou às 17:00. Escolhi o segundo horário pois assim poderia conhecer um pouco da cidade.
Quando o trem chega, depois que todos saem, a locomotiva tem que fazer a volta para se reposicionar.
Ao sair do Maria Fumaça, uma dezena de charretes coloridas esperavam os turistas. Os passeios variavam de 50 a 60 reais. Sozinha ficaria muito caro, então procurei parceria. Encontrei a Lu e o Gustavo, um casal do Rio, Niterói. Rachamos o preço e fomos guiados pelo condutor da charrete nº 13, Fábio.
Na espera por uma negociação de preço, olha só quem aparece.
A fé é uma coisa incrível, apesar da fé discriminar todo mundo. Tem igreja pra todo tipo de gente, quer dizer, uma pra cada tipo. Pelo menos foram construídas para este fim. Tem a igreja dos negros, 1708, que foi erguida durante a noite. A igreja dos mulatos, de 1760, afinal eles não eram negros, escravos, nem brancos. É uma das igrejas mais simples. E tem a igreja matriz de Santo Antônio que chegou a ser a segunda mais rica do Brasil e, é claro, era da elite branca. É a única que não se pode tirar fotos na parte interna. Depois tem a igreja dos pobres, simplérrima, afinal de contas, pobre não tem cor. Pura ironia!
Tem também uma cadeia onde foi presa a primeira brasileira por adultério. Êta, sô!
cadeia
Lu e Gustavo
Percorremos algumas igrejas e depois o Fábio nos deixou na praça central para curtirmos a cidade a pé (e ele ganhar mais uma grana com outros turistas). Me separei da parceria marcando o reencontro para as 16h, no mesmo lugar, para seguir novamente de charrete até a estação de trem.
Percorremos algumas igrejas e depois o Fábio nos deixou na praça central para curtirmos a cidade a pé (e ele ganhar mais uma grana com outros turistas). Me separei da parceria marcando o reencontro para as 16h, no mesmo lugar, para seguir novamente de charrete até a estação de trem.
Eu e Tiradentes. Se fosse pela estátua, seria um partidão!
igreja dos mulatos e casa onde ocorreu encontros entre os inconfidentes
igreja matriz de Santo Antônio
Tá aí uma cidade bonita, bem cuidada, limpinha, muito verde, louquinha pelos turistas com suas máquinas fotográficas e uns trocados no bolso. Tiradentes é tombada pelo Patrimônio Histórico.
As ruas, feitas de pedras, envolvem as casinhas térreas, grande parte com suas portas e janelas abertas e muito artesanato. A prefeitura da cidade foi a primeira construção com o primeiro andar e, hoje mantem um centro de informação aos turistas no térreo.
Tá aí uma cidade bonita, bem cuidada, limpinha, muito verde, louquinha pelos turistas com suas máquinas fotográficas e uns trocados no bolso. Tiradentes é tombada pelo Patrimônio Histórico.
As ruas, feitas de pedras, envolvem as casinhas térreas, grande parte com suas portas e janelas abertas e muito artesanato. A prefeitura da cidade foi a primeira construção com o primeiro andar e, hoje mantem um centro de informação aos turistas no térreo.
igreja dos pobres
Na cidade via-se um bando de crianças, com mapa nas mãos, buscando informações. Ao mesmo tempo, alguns jovens com rádio transmissor monitorando-os. Não resisti e busquei informação do fato. É o pessoal de uma colônia de férias do RJ fazendo uma gincana cultural com os piás. Ideia bacana.
Almocei uma vaca atolada com aipim mais uma moranga refogada e couve cortada bem fininho. Lá pelas 16:00 fiz um chimarrão, sentei num banco da praça central com uma senhora da cidade que passou a me contar causos da região.
Assim como aconteceu quando estive no rio Negro no verão, aqui esta senhora fez o mesmo comentário: “não acho isso tudo bonito assim como vocês comentam, vejo isso todo o dia”. Dá um arrepio ver estas pessoas não valorizando o que tem, o lugar em que vivem, querendo modificá-lo, “modernizá-lo”.
O IPHAN, que é o responsável pelos tombamentos, tanto material quanto imaterial, poderia pensar uma forma de o povo local valorizar suas histórias e o lugar em que vivem.
Depois deste gostoso passeio, voltei pra São João, agora nos bancos estofados do Maria Fumaça.
Na cidade via-se um bando de crianças, com mapa nas mãos, buscando informações. Ao mesmo tempo, alguns jovens com rádio transmissor monitorando-os. Não resisti e busquei informação do fato. É o pessoal de uma colônia de férias do RJ fazendo uma gincana cultural com os piás. Ideia bacana.
Almocei uma vaca atolada com aipim mais uma moranga refogada e couve cortada bem fininho. Lá pelas 16:00 fiz um chimarrão, sentei num banco da praça central com uma senhora da cidade que passou a me contar causos da região.
Assim como aconteceu quando estive no rio Negro no verão, aqui esta senhora fez o mesmo comentário: “não acho isso tudo bonito assim como vocês comentam, vejo isso todo o dia”. Dá um arrepio ver estas pessoas não valorizando o que tem, o lugar em que vivem, querendo modificá-lo, “modernizá-lo”.
O IPHAN, que é o responsável pelos tombamentos, tanto material quanto imaterial, poderia pensar uma forma de o povo local valorizar suas histórias e o lugar em que vivem.
Depois deste gostoso passeio, voltei pra São João, agora nos bancos estofados do Maria Fumaça.
Maluzita,
ResponderExcluirque alento te ver passeando por estes ensolarados caminhos!!! Aqui segue a tradicional umidade da época e muuuuita chuva.(Tá tão bão aqui...). Curte cada minuto de teu passeio. Bjs,
Sil
Ô, sô! Ói eu aí!! Pelo menos no nome, uai!
ResponderExcluirMuito bacana tudo, te diverte, mas muiiito mesmo, ói.
beijo